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Quanto é que será que valem os migrantes e refugiados?

Todos os estudos publicados apontam para ganhos nos países de acolhimento. Em Portugal pode chegar a 0,5% do PIB.

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Em Portugal, e depois de seis anos de evolução negativa, o saldo migratório regressou a valores positivos em 2017, tendo o país acolhido quase mais dez mil migrantes do que no ano anterior. Mesmo assim, Portugal é um dos países europeus com menor número de estrangeiros por total de residentes no país.

 É um universo de 3,9% da população portuguesa, o que faz que o país assuma apenas o 21.oº lugar entre os 28 Estados membros da União Europeia com estrangeiros residentes. Quanto aos refugiados, desde dezembro de 2015 até abril deste ano Portugal acolheu 1692 pessoas ao abrigo do programa Recolocação e do acordo União Europeia-Turquia, sendo o sexto país da UE que mais refugiados recolocados acolheu. 795 pessoas estão integradas no mercado de trabalho, em formação ou no ensino superior. 

Até ao final de setembro, 50% dos cidadãos em idade ativa estavam integrados em formação profissional ou emprego. De acordo com os dados disponibilizados pelo Alto Comissariado para as Migrações, no que diz respeito à integração em mercado de trabalho, 19% estão inseridos no setor primário; 25% no secundário e 56% no terciário.

 No Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) estão inscritos os restantes 61% dos cidadãos recolocados em idade ativa. Em 2017, Portugal foi o terceiro Estado membro com a maior taxa de emprego entre os migrantes, o que é um sinal da capacidade de integração, revelam os últimos números do Eurostat, o departamento de estatística da União Europeia. Impacto na economia Todos os estudos apontam para ganhos das economias dos países de acolhimento, desfazendo o mito do “fardo” dos migrantes e refugiados. 

O mais recente, publicado em junho na revista Science Advances, mostra que os refugiados e migrantes começam a “devolver” o dinheiro que se gastou com eles logo no ano da chegada. Este estudo analisa 30 anos de dados dos principais países europeus, incluindo Portugal. Para a totalidade da amostra, o contributo para o produto interno bruto per capita pode chegar a 0,59% ao fim de cinco anos desde a chegada. 

Também recente é o estudo “Impactos macroeconómicos de diferentes estruturas de consumo de nacionais e estrangeiros”, apresentado em junho na Migration Conference, no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). O impacto positivo dos imigrantes pode chegar a 0,5% do PIB. De acordo com os resultados, por cada cem euros gastos pelas famílias com todos os elementos portugueses, a economia ganha 78,6 euros. Já se for uma família com todos os elementos estrangeiros, o acréscimo para o PIB é de 78,9 euros. 

A diferença pode parecer insignificante, mas, “em termos agregados, pode ser considerável”, refere José Carlos Coelho, autor do estudo com os economistas João Ferreira do Amaral, Vítor Escária e João Carlos Lopes, do ISEG. Um outro estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), de 2014, indica que “os migrantes contribuem mais em impostos e contribuições para a Segurança Social do que aquilo que recebem em benefícios individuais”. O impacto orçamental (positivo e negativo) varia entre zero e 0,5%.

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